Para facilitar sua busca, tecle "ctrl+F" (no navegador) ou buscar (no Smartphone) e procure pela palavra-chave
ABSOLUTO, O*
Realidade suprema, concebida como um princípio único, que tudo abrange. Alguns pensadores identificaram esse princípio com Deus; outros acreditaram no Absoluto, mas não em Deus; outros não acreditaram em nenhum dos dois. O filósofo mais intimamente associado com a ideia é George Hegel.
AGENTE*
O “ser” atuante, distinto do “ser” conhecedor. O “eu” que decide, escolhe ou age.
ANÁLISE*
A busca por uma compreensão mais profunda de algo, dividindo-o em partes e examinando cada uma delas. Da mais complexa a mais simples. A abordagem oposta é a síntese.
ANTROPOMORFISMO*
A atribuição de características humanas a algo que não é humano – por exemplo, a Deus ou ao clima.
A POSTERIORI*
Algo que pode ser considerado válido apenas por meio da experiência.
A PRIORI*
Algo conhecido como sendo válido antes da (ou sem a necessidade da) experiência.
ARGUMENTO*
Um processo de raciocínio em lógica que se propõe a demonstrar sua conclusão como verdadeira.
ARGUMENTO ANALÍTICO*
Uma afirmação cuja verdade ou falsidade pode ser estabelecida pela análise da própria afirmação. O oposto é o argumento sintético.
ARGUMENTO SINTÉTICO*
Afirmação que tem de ser comparada com fatos fora de si mesma para que sua verdade seja determinada. O oposto é o argumento analítico.
CATEGORIA*
A mais ampla classe (ou grupo) na qual as coisas podem ser divididas. Aristóteles e Immanuel Kant tentaram fornecer uma lista completa de categorias.
CETICISMO*
Concepção de que é impossível que conheçamos algo com absoluta certeza.
COISA EM SI*
Outro termo para númeno, do alemão Ding-na-sich.
CONCEITO*
Pensamento ou ideia; o significado de uma palavra ou termo.
CONDIÇÕES NECESSÁRIAS E SUFICIENTES*
Para X ser um marido é uma condição necessária X ser casado. No entanto, esta não é uma condição suficiente – e se X for feminino? Uma condição suficiente para X ser um marido é que X seja tanto homem quanto casado. Uma das formas mais comuns de equivoco no pensamento é confundir condições necessárias com condições suficientes.
CONHECIMENTO EMPÍRICO*
Conhecimento do mundo empírico.
CONTINGENTE*
Pode ou não ser o caso; as coisas podem ser de um modo ou de outro. O oposto é necessário.
CONTRADITÓRIO*
Duas proposições são contraditórias se uma deve ser verdadeira e a outra falsa: elas não podem ser ambas verdadeiras, nem podem ser ambas falsas.
CONTRÁRIO*
Duas afirmações são contrárias se ambas não podem ser verdadeiras, mas ambas podem ser falsas.
CONTRATO SOCIAL*
Acordo implícito de cooperação entre os membros de uma sociedade, a fim de alcançar objetivos que beneficiem todo o grupo – por vezes, em detrimento do indivíduo.
CORROBORAÇÃO*
Evidência que confere apoio a uma conclusão, sem necessariamente prová-la.
COSMOLOGIA*
O estudo de todo o universo, o cosmos.
DEDUÇÃO*
Raciocínio do geral para o particular. Por exemplo, “se todos os homens são mortais, então Sócrates, sendo homem, deve ser mortal”. É universalmente aceito que a dedução é válida. O processo oposto é chamado indução.
DETERMINISMO*
A visão de que nada pode acontecer exceto o que realmente acontece, porque todo evento é o resultado necessário das causas que o precedem – e elas próprias foram o resultado necessário das causas que as precederam. O oposto é o indeterminismo.
DIALÉTICA*
Habilidade em questionar ou argumentar; ou a ideia de que qualquer afirmação, seja em palavras ou em ação, provoca sua oposição, e as duas reconciliam-se numa síntese que inclui elementos de ambas.
DUALISMO*
Uma concepção de algo como sendo composto por duas partes irredutíveis, como a ideia de seres humanos compostos de corpos e mentes, os dois sendo radicalmente distintos.
EMOTIVO*
O que expressa emoção. Na filosofia, o termo é frequentemente usado de maneira pejorativa para declarações que fingem ser objetivas ou imparciais, quando de fato expressam atitudes emocionais, como, por exemplo, em “definição emotiva”.
EMPIRISMO*
Concepção de que todo conhecimento sobre qualquer coisa que realmente exista deva ser derivado da experiência.
EPISTEMOLOGIA*
Ramo da filosofia que trata do tipo de coisa que podemos conhecer; como o conhecemos; o que é o conhecimento. Na prática, é o ramo dominante da filosofia.
ESSÊNCIA*
A essência de algo é aquilo que lhe é característico e o torna o que é. Por exemplo, a essência de um unicórnio é que ele é um cavalo com um único chifre na cabeça. Unicórnios não existem, obviamente; então, essência não implica existência. Essa distinção é importante na filosofia.
ESTÉTICA*
Divisão da filosofia que trata dos princípios da arte e da noção de beleza.
ÉTICA*
Ramo da filosofia que trata de questões sobre como devemos viver e, portanto, sobre a natureza de certo e errado, bem e mal, dever, obrigação e outros conceitos.
EXISTENCIALISMO*
Filosofia que parte da existência contingente do ser humano individual, considerando isso como o enigma primordial. É desse ponto de vista que se busca o entendimento filosófico.
FALÁCIA*
Um argumento seriamente equivocado, ou conclusão falsa baseada em tal argumento.
FALSIFICABILIDADE*
Uma afirmação, ou conjunto de afirmações, é falsificável se pode ser demonstrada como falsa por meio do teste empírico. De acordo com Karl Popper, a falsificabilidade é o que distingue a ciência da não-ciência.
FENÔMENO*
Experiência que é imediatamente presente. Se eu olho para um objeto, o objeto, experimentado por mim, é um fenômeno. Immanuel Kant distinguiu isso do objeto como ele é em si, independentemente da experiência: a isso ele, ele denominou de númeno.
FENOMENOLOGIA*
Abordagem da filosofia que investiga os objetos da experiência (conhecidos como fenômenos) apenas na medida em que eles próprios se manifestam à nossa consciência, sem fazer qualquer suposição sobre sua natureza como algo independente.
FILOSOFIA*
Literalmente “o amor pela sabedoria”. A palavra é amplamente utilizada para qualquer reflexão racional e sistemática sobre princípios gerais que visam a atingir um entendimento aprofundado. A filosofia oferece uma prática na análise disciplinada e no esclarecimento de argumentos, teorias, métodos e declarações de todos os tipos – assim como os conceitos utilizados. Tradicionalmente, seu objetivo maior é o de alcançar uma compreensão ampla do mundo, embora no século XX boa parte da filosofia tenha se dedicado a analisar seus próprios procedimentos.
FILOSOFIA ANALÍTICA*
Ramo da filosofia que considera como seu objetivo o esclarecimento de conceitos, afirmações, métodos, argumentos e teorias, analisando-as cuidadosamente.
FILOSOFIA DA CIÊNCIA*
Ramo da filosofia que trata da natureza do conhecimento científico e da prática do empreendimento científico.
FILOSOFIA DA RELIGIÃO*
Ramo da filosofia que examina os sistemas de crenças do homem e os objetos reais ou imaginários, como deuses, que formam a base dessas crenças.
FILOSOFIA LINGUÍSTICA*
Também conhecida como análise linguística. A visão de que os problemas filosóficos surgem do uso confuso da linguagem e devem ser solucionados ou decompostos, segundo uma análise cuidadosa da linguagem na qual foram expressos.
FILOSOFIA POLÍTICA*
Ramo da filosofia que questiona a natureza e os métodos do Estado, tratando de temas como justiça, lei, hierarquias sociais, poder político e constituições.
HIPÓTESE*
Teoria cuja verdade é admitida provisoriamente, pois constitui um ponto de partida útil para a investigação adicional, apesar da limitada evidência para provar sua validade.
HUMANISMO*
Abordagem filosófica baseada na suposição de que a humanidade é a coisa mais importante que existe e que não pode haver conhecimento de um mundo sobrenatural – caso ele exista.
IDEALISMO*
Concepção de que a realidade consiste essencialmente de algo não material – a mente, os conteúdos da mente, espíritos, ou um espírito. O ponto de vista oposto é o materialismo.
INDETERMINISMO*
Concepção de que nem todos os eventos são consequências necessárias dos eventos que podem tê-los precedido. O ponto de vista oposto é o determinismo.
INDUÇÃO*
Raciocínio do particular para o geral. Um exemplo seria “Sócrates morreu, Platão morreu, Aristóteles morreu e todo o indivíduo que nasceu mais de 130 anos atrás está morto. Portanto, todos os homens são mortais”. A indução não produz necessariamente resultados verdadeiros, então, é discutível se ela é um processo genuinamente lógico. O processo oposto é o da dedução.
INTUIÇÃO*
Conhecimento direto, por meio da percepção sensorial ou do pensamento imediato, forma de conhecimento que não faz uso da razão.
IRREDUTÍVEL*
Algo irredutível é o que não pode ser induzido a uma forma mais simples ou redutível.
LÓGICA*
Ramo da filosofia que estuda o próprio argumento racional, seus termos, conceitos, regras e métodos.
MATERIALISMO*
Concepção de que toda a existência real é essencialmente de algo material. O ponto de vista oposto é o idealismo.
METAFILOSOFIA*
Ramo da filosofia que examina a natureza e os métodos da própria filosofia.
METAFÍSICA*
Ramo da filosofia que trata da natureza do que existe. Ela questiona o mundo natural “a partir de fora”; suas questões não podem ser respondidas pela ciência.
METODOLOGIA*
O estudo dos métodos de investigação e argumentação.
MISTICISMO*
Conhecimento intuitivo que transcende o mundo natural.
MONISMO*
Concepção de algo como se formado por um único elemento; por exemplo, a concepção de que os seres humanos não consistem de elementos que são essencialmente separáveis, como corpo e alma, mas de uma única substância.
MUNDO*
Em filosofia, a palavra “mundo” recebeu um sentido especial, significando “a totalidade da realidade empírica”, portando, pode também ser igualada à totalidade da experiência real e possível. Os verdadeiros empiristas acreditam que o mundo é tudo o que há; mas filósofos com visões diversas acreditam que o mundo não abrange a totalidade do real. Tais filósofos acreditam que há um campo transcendental tanto quanto um campo empírico – e que ambos são igualmente reais.
MUNDO EMPÍRICO*
O mundo como revelado a nós por nossa experiência real ou possível.
NÃO CONTRADITÓRIO*
As afirmações são consideradas não contraditórias se os seus valores-verdade são independentes um do outro.
NATURALISMO*
Concepção de que a realidade é explicável sem referência a qualquer coisa fora do mundo natural.
NECESSÁRIO*
O oposto de contingente. Hume acreditava que conexões necessárias existiam apenas na lógica, não no mundo real, visão sustentada por muitos filósofos desde então.
NÚMENO*
Realidade incognoscível subjacente ao que se apresenta à consciência humana, sendo este último conhecido como fenômeno. Uma coisa como ela é em si, independentemente de ser sentida, diz-se que é um númeno. O “númênico” tornou-se, portanto, um termo para a natureza da realidade.
NUMINOSO*
Qualquer coisa considerada misteriosa e espantosa, trazendo indicações externas ao campo natural. Não confundir com numênico – ver númeno.
ONTOLOGIA*
Ramo da filosofia que indaga o que realmente existe, enquanto distinto da natureza do nosso conhecimento sobre ele – essa natureza é investigada pelo ramo da epistemologia. Ontologia e epistemologia, conjuntamente, constituem a tradição central da filosofia.
POSITIVISMO LÓGICO*
Concepção de que as únicas afirmações empíricas significativas são aquelas verificáveis.
PÓS-MODERNISMO*
Perspectiva que sustenta uma desconfiança geral de teorias, narrativas e ideologias que tentam colocar todo conhecimento num único sistema.
PRAGMATISMO*
Teoria da verdade. Sustenta que uma afirmação é verdadeira se cumpre todas as tarefas exigidas dela: descreve precisamente uma situação, estimula-nos a antecipar a experiência corretamente, ajusta-se a afirmações já demonstradas como corretas ou verdadeiras, e assim por diante.
PREMISSA*
Ponto de partida de um argumento. Qualquer argumento tem de começar a partir de ao menos uma premissa. Mesmo assim, não prova suas próprias premissas. Um argumento válido prova que suas conclusões decorrem dessas premissas, mas isso não é o mesmo que provar que as conclusões são verdadeiras – algo que nenhum argumento pode fazer.
PRESSUPOSIÇÃO*
Algo dado como certo, mas não expresso. Todas as declarações têm pressuposições, e elas podem ser conscientes ou inconscientes. Se uma pressuposição é equivocada, uma declaração baseada nela pode também ser equivocada, embora o equívoco possa não estar evidente na declaração em si. O estudo da filosofia nos ensina a ficar mais cientes acerca das pressuposições.
PROPOSIÇÃO*
O conteúdo de uma afirmação que confirma ou nega algo – e é passível de ser verdadeiro ou falso.
PROPOSIÇÃO EMPÍRICA*
Uma afirmação sobre o mundo empírico – o que é ou pode ser sentido.
PROPRIEDADE*
Em filosofia, essa palavra é geralmente usada para indicar uma característica; por exemplo, “pele ou pelo são propriedades que definem um mamífero”. Ver também qualidades primárias e sucundárias.
QUALIDADES PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS*
John Locke dividiu as propriedades de um objeto físico entre as que são possuídas pelo objeto, independentemente de serem experimentadas, tais como sua localização, dimensão, velocidade, massa e assim por diante (que ele chamou de qualidades primárias) e as que envolvem a interação de um sujeito senciente (capaz de sentir ou perceber através dos sentidos), tais como a cor e o gosto do objeto (que ele chamou de qualidades secundárias).
RACIONAL*
Baseado ou de acordo com os princípios da razão ou da lógica.
RACIONALISMO*
Concepção de que podemos adquirir conhecimento sobre o mundo por meio do uso da razão, sem contar com a percepção dos sentidos, considerados como duvidosos pelos racionalistas. A concepção oposta é conhecida como empirismo.
SEMÂNTICA*
O estudo dos significados nas expressões lingüísticas.
SEMIOLOGIA*
Estudo dos signos e dos símbolos, em particular sua relação com as coisas que pretendem significar.
SÍNTESE*
Busca de uma compreensão maior de algo compondo as partes. O oposto é a análise.
SOFISTA*
Alguém cujo objetivo no debate não é buscar a verdade, mas vencê-lo. Na antiga Grécia, os jovens aspirantes à vida pública aprendiam com os sofistas os vários métodos para vencer debates.
SOLIPSISMO*
Concepção de que apenas a existência do “eu” pode ser conhecida.
TELEOLOGIA*
Estudo dos fins ou objetivos. Uma explicação teleológica é aquela que explica algo em termos da finalidade à qual ele serve.
TEOLOGIA*
Investigação sobre questões eruditas e intelectuais a respeito da natureza de Deus. A filosofia, em contraste, não supõe a existência de Deus, embora alguns filósofos tenham tentado provar sua existência.
TRANSCENDENTAL*
Além do mundo da experiência sensível. Alguém que acredita que a ética seja transcendental acredita que ela tem sua origem fora do mundo empírico. Empiristas conscienciosos (meticuloso; que expressa cuidado) não acreditam que algo transcendental existia – tampouco acreditavam Friedrich Nietzsche ou os existencialistas humanistas.
UNIVERSAL*
Conceito de aplicação geral, como “vermelho” ou “mulher”. É motivo de controvérsia se os universais têm existência própria. A “vermelhidão” existe ou existem apenas objetos vermelhos? Na Idade Média os filósofos que sustentavam que a “vermelhidão” tinha uma existência real eram denominados “realistas”, enquanto os filósofos que afirmavam que não passava de uma palavra eram denominados “nominalistas”.
UNIVERSALISMO*
Crença de que devemos aplicar a nós mesmos padrões e valores que aplicamos aos outros. Não confundir com universal.
UTILITARISMO*
Teoria política e ética que julga a moralidade das ações por suas consequências. O utilitarismo considera que a consequência mais desejável de qualquer ação é o maior bem possível para o maior número possível de pessoas, definindo o “bem” em termos de prazer e ausência de dor.
VALIDADE*
Um argumento é válido se sua conclusão é consequente às suas premissas. Isso não significa necessariamente que a conclusão seja verdadeira: pode ser falsa se uma das premissas for falsa, embora o argumento ainda seja válido.
VALOR DE VERDADE*
Um entre dois valores, isto é, verdadeiro ou falso, que pode ser aplicado a uma afirmação. É o mesmo que perguntar se uma frase ou proposição é verdadeira ou falsa.
VERIFICABILIDADE*
Uma afirmação, ou conjunto de afirmações, é verificável se pode ser demonstrada como verdadeira mediante o exame da evidência empírica. Os positivistas lógicos sustentavam que as únicas afirmações empíricas significativas eram as verificáveis. David Hume e Karl Popper demonstraram que as leis científicas eram inverificáveis.
*Com base no glossário de "O LIVRO DA FILOSOFIA", Vários Autores (Editora Globo) - 2011